domingo, 26 de julho de 2015

LOUCAS POR ELES – CINCO MULHERES EM NOITE DE TEMPESTADE

O TEATRO QUE EU VI TEXTO ESCRITO EM 25/07/2015



Um encontro inusitado de pessoas diferentes numa situação adversa pode gerar um caldeirão de conflitos e por fim, levá-las a repensar suas vidas e seus valores. Esse é o mote da peça “Loucas por Eles”, em cartaz no Teatro Augusta (Rua Augusta, 943). A peça foi escrita pelo autor argentino Marcos Carnevale e tem adaptação do novelista Walcyr Carrasco. A direção é de Fernando Cardoso que é também um dos produtores junto com Roberto Monteiro, seu sócio na Mesa2 Produções.

Cinco Mulheres diferentes, de diferentes idades e diferentes visões do mundo se encontram numa sala de um aeroporto internacional numa noite em que um violento temporal desaba sobre a cidade. Cada uma delas está ali por uma razão diferente. Uma filha espera pelo pai, uma esposa pelo marido, uma amante pelo amado e uma líder de fã clube pelo seu ídolo. A única delas que está de partida é uma mãe que pretende visitar o filho no exterior.

Com os pousos e decolagens suspensas, Ilhadas pela tempestade, aos poucos elas soltam a língua e à medida que suas histórias são expostas, outra tempestade se instala no interior da sala. Inconciliáveis em seus mundos as cinco mulheres vão também encontrar pontos de identificação entre si e a cada confronto, novas revelações vão aproximá-las. Assim como a chuva lá fora, a tempestade no interior da sala alterna momentos de calmaria e outros de violenta ventania.

Em cada uma das cinco experiências que se apresentam está onipresente a figura masculina. Cada uma delas, embora façam dos homens que motivaram suas idas ao aeroporto as razões de suas vidas, guardam também em relação aos mesmos, profundas decepções. A mistura dos diferentes conflitos individuais noite adentro vão levar cada uma delas a tomar, na manhã seguinte, decisões que poderão ou não modificar seus destinos.

Para narrar esse painel da alma feminina estão no palco cinco boas atrizes que também na vida pessoal e na carreira guardam grandes diferenças. A tresloucada fã de terceira idade que faz da dedicação ao seu ídolo o antídoto para sua vida marcada por decepções e dramas pessoais tem em Suely Franco sua intérprete. Atriz de longa caminhada pelos palcos do país e já tendo atuado em dezenas de comédias, leva a platéia às gargalhadas, ainda que exagere um tantinho na profusão de caras e bocas. Mas tudo bem, ela pode! A figura despachada e desbocada de sua Naná garante a maioria dos momentos cômicos da peça.

Outra expert em comédias é a veterana Vera Mancini, que tira ótimo proveito na figura patética da super mãe e tem momentos impagáveis. Até um gato irritado numa gaiola ela carrega em sua bagagem. Mais familiarizada com dramas, Cynthia Falabella dá credibilidade à esposa que se dedica em tempo integral ao marido infiel e à sua imensa prole. Num papel mais amargo, Fafá Rennó dá conta da filha que faz do pai seu modelo de vida e que tem na peça a revelação mais  surpreendente entre as cinco mulheres. O sarcasmo contínuo da personagem contribui bastante para as situações cômicas do enredo. Ellen Rocche esbanja simpatia na figura da “outra” e garante a empatia do público para “aquela que o mundo difama” e vive do outro lado da vida do amado, satisfazendo-se com momentos vagos e furtivos.

O cenário de Alexandre Toro reproduz com fidelidade absoluta a sala VIP de um aeroporto e contribui  enormemente para a ambientação da cena.


“Loucas por Eles” cumpre, enfim, seu propósito como bom entretenimento. Diverte e emociona sem a pretensão de inovar ou ser revolucionária. Para o público que busca no teatro um bom espetáculo, bem produzido, bem interpretado e que faça valer o preço do ingresso, a peça cumpre brilhantemente sua função. Diversão garantida!

Loucas por Eles - Cybthia Falabella, Suely Franco, Vera Mancini, Ellen Rocche e Fafá Rennó

Loucas por Eles - Suely Franco e Ellen Rocche 

Loucas por Eles -  Ellen Rocche e Vera Mancini

Loucas por Eles - Suely Franco, Vera Mancini e  Ellen Rocche 

Loucas por Eles - Ellen Rocche e Suely Franco  

Loucas por Eles - Cybthia Falabella,  Ellen Rocche, Vera Mancini e Fafá Rennó


Fotos - divulgação Internet / João Caldas

“NINE” – Quando a falta de Inspiração gera um espetáculo Inspirado

O TEATRO QUE EU VI - TEXTO ESCRITO EM 23/07/2015



No início dos anos 1960 o grande e premiado diretor italiano Federico Fellini se viu envolvido numa crise artística e transformou esse momento num dos maiores filmes de sua carreira e também um dos maiores filmes sobre filmes de todos os tempos, um grande épico, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1963, o cultuado, imitado e jamais igualado “Oito e Meio” (Otto e Mezzo). Considerado  obra-prima máxima do grande Fellini, o filme narra a história de Guido Anselmi (Marcello Mastroiani), um diretor que entra em colapso no início das filmagens de um filme que se chamaria “La Bella Confusione”.

O mesmo fato é usado como argumento para a criação do musical “Nine, Um Musical Felliniano” em cartaz no Teatro Porto Seguro (Alameda Barão de Piracicaba, 740), com versão de Claudio Botelho e direção de Charles Möeller.

O espetáculo, escrito por Maury Yeston e Arthur Kopit  foi montado na Broadway em 1982, obtendo grande sucesso e muitos prêmios. Em 2003 foi remontado com igual sucesso, tendo Antônio Banderas  como protagonista. Em 2009 o musical foi levado ao cinema com direção de Rob Marshal e grande elenco estrelado por Daniel Day-Lewis. Resultou um filme que,  embora bonito, não emociona. Não é o que acontece no palco. Em sua versão brasileira o musical tem como garantia de qualidade a grife “Charles Moeller  & Claudio Botelho” em mais um acerto, resultando um espetáculo deslumbrante.

Num cenário único, um SPA em Veneza onde o cineasta Guido Contini (Nicola Lama), em seu momento de crise artística, se refugia  com a esposa Luisa (Carol Castro). Não demora muito para que um batalhão de mulheres o alcance no plano real e no plano imaginário empurrando o diretor em direção a um inevitável colapso. Enquanto a esposa cobra fidelidade, a  duríssima produtora cinematográfica Lili La Fleur (Totia Meirelles, ótima!) cobra o novo roteiro, a fogosa amante Carla (Malu Rodrigues) cobra sexo e a musa inspiradora Claudia (Karen Junqueira) cobra um papel mais consistente. Em meio a seus delírios surgem a figura da falecida mãe (Sônia Clara) e imagens da infância quando Guidinho (Nicolas Cruz) se vê seduzido pela esfuziante prostituta Sarraghina (Myra Ruiz, maravilhosa!), enterrando definitivamente a expectativa da mãe em vê-lo padre. À medida que as pressões aumentam, os conflitos afloram, o conturbado Guido entra em parafuso e a voltagem do espetáculo vai às alturas.

Como requer um rico musical da Broadway, um deslumbrante desfile de figurinos invade o palco, sob os efeitos de uma luz espetacular, ao som de uma grande orquestra, dando suporte a belíssimos números musicais, com destaque especial ao número onde o pequeno Guido se vê arrebatado pela figura da bela Sarraghina. O magnetismo de Myra Ruiz garante o momento mais deslumbrante de um musical repleto de momentos deslumbrantes. Outro momento arrebatador é o solo de Nicola Lama no momento clímax de Guido. Sozinho em cena o ator dá um show e a platéia arrepia!

Outra alegria foi rever no palco Sônia Clara, antiga estrela de novelas da TV Globo. Embora em papel de poucas falas, a figura da Mamma é decisiva na vida do enlouquecido Guido, que tem em Nicola Lama um intérprete absolutamente vigoroso.

Contribui ainda para o  belo visual do espetáculo um grupo de belíssimas mulheres que fazem da vida do protagonista o céu e o inferno.  


“Nine, Um Musical Felliniano” é mais uma prova, concreta, de que os espetáculos musicais vieram para ficar e caíram, definitivamente, no gosto do público brasileiro.  Sensacional! 

Guido (Nicola Lama) cercado de beldades. O céu e o inferno do protagonista de Nine 

Nine - Guido (Nicola Lama) e sua perdição

Nine - elenco original

Nine - Guido (Nicola Lama) e sua cruz

Nine - A duríssima produtora Lili La Fleur (Totia Meireles) 

Nine - Lili La Fleur (Totia Meireles) 

Nine - Guido (Nicola Lama) e Carla (Malu Rodrigues), a amante quer mais

Nine - Sarraghina (Myra Ruiz), a primeira musa

Nine - Sarraghina e Guidinho 

Nine - Nicola Lama

Nine - Guido e elas

Nine - Nicola Lama, atuação vigorosa


Nicola Lama em Nine
Fotos - divulgação internet  / Marcos Mesquita

quarta-feira, 22 de julho de 2015

UMA NOVA AMIGA - UMA MARAVILHA DE SALTO ALTO

O CINEMA QUE EU VI - TEXTO ESCRITO EM 21/07/2015

François Ozon se firma como um dos mais consistentes cineastas franceses. Aos 47 anos tem, desde 2000, quando estreou em longas metragem com o filme “Gotas de Água Sobre Pedras Escandantes” (Gouttes D´eau Sur Pierres Brûlantes), apresentado uma sucessão de bons filmes, entre eles “8 Mulheres” (8 Femmes), ”Swimming Pool”, “O Refúgio” (Le Refuge), “O Tempo Que Resta” (Le Temps Qui Reste), “Dentro de Casa” (Dans La Maison) e “Jovem e Bela” (Jeune et Jolie). Seu mais recente filme, em cartaz na cidade, “Uma Nova Amiga” (Une Nouvelle Amie) é mais um degrau na sua festejada e instigante filmografia.

A história começa com uma deslumbrante cena onde o corpo de uma jovem é vestido e maquilado para ser velado. Trata-se de Laura (Isild Le Besco). Laura e Claire (Anais Demoustier, ótima!) foram, desde a infância, amigas inseparáveis. Adultas se casaram na mesma época, Laura com David (Romain Duris, estupendo!) e Claire com Gilles (Raphael Personnaz). Logo após o nascimento da primeira filha, Laura adoece e morre. No velório, Claire promete diante do caixão da amiga que cuidará do viúvo e da filhinha do casal. Dias depois, numa visita não programada à casa do viúvo, Claire tem uma imensa surpresa ao encontrar Virgínia, uma glamurosa loira cuidando do bebê. O choque é que Virgínia é na verdade David...

Tem início então a história do filme, com o envolvimento de Claire no emaranhado universo de David, onde se revelam sutis e submersas camadas da alma humana. Desejos secretos, revelações surpreendentes, dúvidas, surpresas, mistérios e tentações se alternam numa história de extraordinária voltagem, regado por momentos de drama, humor e suspense. Numa autêntica montanha russa, a vida pacata e quase insossa de Claire vira de pernas para o ar. Para o espectador, uma delícia!

À ótima condução do filme, soma-se uma produção cuidadíssima, com cenários deslumbrantes, música envolvente e um elenco excepcional, onde o principal trunfo é a estupenda atuação do protagonista Romain Duris. Contido e sóbrio, o ator, não obstante sua compleição física nada feminina dá um show de feminilidade, sem escorregar no estereótipo (nem no salto) do simples travestismo. Ao dividido e simpático David ele imprime sentimentos verdadeiros e só por si já garante a maravilha do filme.


Prendendo a atenção do início ao fim, com toques de Hitchcock e Almodóvar, a bem urdida história surpreende a cada momento até o surpreendente final. Adaptado de um conto da inglesa Ruth Rendell, falecida em maio, aos 85 anos de idade, o filme consegue, com humor e seriedade, tratar de forma arrebatadora um tema tabu, o chamado “cross dressing”. O resultado é Genial!

Romain Duris em atuação estupenda 

Anais Demoustier e Raphael Personnaz

Anais Demoustier e Romain Durin


Laura (Isild Le Besco) e Claire (Anais Demoustier) 

Anais Demoustier e Raphael Personnaz

 Romain Duris e Anais Demoustier, ótimos. 

Anais Demoustier, Romain Duris e Raphael Personnaz. No jantar, o elogio ao vestido da garçonete.

Anais Demoustier, Romain Duris e Raphael Personnaz

Romain Duris: atuação estupenda! 

Claire (Anais Demoustier), a surpresa no encontro com Virgínia

Virgínia (Romain Duris) e Claire (Anais Demoustier): experimentando um novo mundo
Virgínia (Romain Duris) e Claire (Anais Demoustier): uma viagem de descobertas
Romain Duris e Raphael Personnaz numa cena do filme

Gilles (Raphael Personnaz) e David (Romain Duris) após um jogo de Tênis 

Em seu delírio Claire imagina um caso entre seu marido Gilles (Raphael Personnaz) e David (Romain Duris) 

Romain Duris e Raphael Personnaz 

Gilles (Raphael Personnaz) e David (Romain Duris) 

David (Romain Duris) se transforma em Virgínia diante do espelho: Desejos secretos

David (Romain Duris) 
fotos: divulgação

segunda-feira, 20 de julho de 2015

CHACRINHA, O MUSICAL – UM APERTO DE SAUDADE NO CORAÇÃO

O TEATRO QUE EU VI - TEXTO ESCRITO EM 20/07/2015

Passei minha infância e adolescência assistindo à “Discoteca do Chacrinha” e à "Buzina do Chacrinha". Talvez por isso, tenha me encantado tanto com o musical que está sendo apresentado no teatro Alfa. De repente, diante dos meu olhos, resplandeceu os meus verdes anos e de volta aos meus ouvidos os hits que tocavam nas rádios e nos programas de TV.  Senti no coração um misto de alegria e nostalgia.

Abelardo Barbosa nasceu no interior de Pernambuco, na cidade de Surubim em 1917. Menino gordinho e um tanto desajeitado, já na infância mostrou talento para a animação. Bom aluno, chegou até o segundo ano do curso de medicina, mas as dificuldades financeiras da família o obrigaram a ser camelô, ocasião em que descobriu seu poder de comunicação. Migrando para o Rio de Janeiro, aceitou comandar um programa de fim de noite na Rádio Tamoio, cujo endereço era numa pequena chácara em Niterói. Daí a origem do nome Chacrinha. Não era um bom locutor, mas tinha grande personalidade e movimentava o programa com tiradas divertidas, transformando o programa num grande sucesso.  Trabalhador compulsivo, é a prova concreta de que o gênio é 90% de transpiração e 10% de inspiração. 

Inicialmente foi duramente criticado pelos intelectuais que o acusavam de explorar o mundocanismo em seus programas. Mais tarde foi reconhecido como um gênio da comunicação e considerado por Caetano Veloso como o precursor do tropicalismo. Sua temporada de maior sucesso na televisão foi na TV Globo, sendo um dos responsáveis pelo período de ascensão da emissora. Mais tarde, Boni, o poderoso diretor geral da Globo, o demitiu, assim como a Dercy Gonçalves,  sob a argumentação de que seus programas não atendiam ao “padrão globo de qualidade”. Esse revés deixou profunda mágoa no Velho Guerreiro. Nada, no entanto o tirou de seu propósito, partindo para contratos com outras emissoras e apresentando seu programa por todo  o Brasil.

Na vida pessoal, mostrava-se um homem fragilizado e inseguro. Do seu casamento com Dona Florinda, nasceram 3 filhos homens. Num trágico acidente, um deles (José Renato) ficou paraplégico. Mais uma dura prova emocional para o incansável Chacrinha.

Para um grande número de artistas, Chacrinha foi um verdadeiro pai, lançando carreiras e promovendo suas músicas. Mas também cobrava fidelidade e magoava-se com muitas injustiças daqueles que após alcançarem o sucesso lhe viravam as costas e se recusavam a cantar em seus programas.

Além das sensuais e legendárias chacretes, são célebres suas frases  como “na televisão nada se cria, tudo se copia”, “Quem não se comunica se trumbica”, “alô, alô Terezinha é um barato a discoteca do Chacrinha”, “Roda, roda e avisa, um minuto de comercial”, “vocês querem bacalhau?” , “Eu vim pra confundir, não para explicar!”, “você vai cantar o quê, meu filho?” , “vai para o trono ou não vai?”, “palmas pra ele que ele merece!” , “E agora vamos receber a internacional... “ , “cheguei, baixei, saravei”, “Como vai meu bem, veio a pé ou veio de trem?”, “Terezinha...” e uma infinidade de outras tantas.

No seu programa “Buzinha do Chacrinha”, reunia um time quase bizarro de jurados que incluía tipos exóticos como Elke Maravilha, Pedro de Lara e Aracy de Almeida, a quem ele se referia como “a Dama da central”, devido à preferência da velha cantora pelas viagens de trem para as gravações do programa em São Paulo.

O velho Guerreiro morreu em  Junho de 1988, aos 70 anos, menos de um mês após apresentar seu último programa. Fumante inveterado, teve câncer no pulmão e insuficiência respiratória. Na memória de quem conheceu seu trabalho e seus anárquicos programas, que incluía troféu abacaxi, concurso de pulgas e outras maluquices,  continua mais vivo que nunca. Uma lenda!

A vida do Velho Guerreiro é contada num roteiro criado por Pedro Bial, sob a direção musical de Délia Fischer. Na primeira fase o comunicador é interpretado pelo ator Léo Bahia e na segunda por Stepan Nercessian. Ambos estão ótimos, mas a identificação com a imagem clássica do apresentador favorece o segundo.  Uma infinidade de cantores e jurados que fizeram parte da vida do apresentador desfila pelo palco sem maiores aprofundamentos por parte de seus intérpretes, apenas com referências a seus tipos (Elke Maravilha, Pedro de Lara, Ney Matogrosso, Clara Nunes, Elba Ramalho, Benito de Paula, Sidney Magal, Caetano Veloso, Roberto Carlos, Wanderléia, Dercy Gonçalves, Ritchie, Gonzaguinha, Rosana, entre outros). Também aparecem em cena os pais, a mulher e os filhos, igualmente como pano de fundo da narrativa.

O cenário do segundo ato recriando o mesmo cenário dos programas de auditório proporciona uma viagem no tempo. Gringo Cardia é o responsável.


O espetáculo “Chacrinha, o Musical” encanta por sua descontração e por mostrar os dois lados de um dos maiores gênios da comunicação do Brasil. O fato é que Chacrinha foi e continua sendo único. Só isso já confere um clima de encantamento ao espetáculo. Maravilhoso!

Chacrinha, o Musical

Chacrinha, o Musical - Stepan Nercessiam, ótimo!

Chacrinha, o Musical - Leo Bahia

Chacrinha, o Musical

Chacrinha, o Musical - Ultraje a Rigor
Chacrinha, o Musical - Benito di Paula

Chacrinha, o Musical - Clara Nunes

Chacrinha, o Musical - Dercy


Chacrinha, o Musical - Elke Maravilha

Chacrinha, o Musical - Ney Matogrosso


Chacrinha, o Musical - Pedro de Lara

Chacrinha, o Musical - Ritchie

Chacrinha, o Musical - o lado frágil do exuberante comunicador
Chacrinha, o verdadeiro, um fenômeno de comunicação
Chacrinha, o verdadeiro

Fotos: divulgação