quarta-feira, 15 de julho de 2015

PHEDRA D. CÓRDOBA – O BRILHO COMO RESISTÊNCIA

O teatro que eu vi - texto escrito em 15/07/2015


Presença cativa nos espetáculos teatrais da Cia Os Satyros, a artista Phedra D. Córdoba está apresentando o espetáculo  “Phedra Por Phedra”, todas as quartas feiras na Estação Satyros (Praça Roosevelt, 134), onde conta e canta sua própria história.

Phedra D. Córdoba é uma artista peculiar. Ainda adolescente deixou seu país natal, Cuba, fugindo do repressor regime de Fidel Castro a artistas com suas características. Quem assistiu ao excelente filme “Antes do Anoitecer”, sabe dos horrores a que são submetidos os homossexuais na ilha dos irmãos Castro.   

Depois de percorrer alguns países da América Latina, o então ator Felipe de Córdoba fixou-se no Brasil. Sua estréia como Phedra D. Córdoba se deu num show do Teatro Rival no Rio de Janeiro.  A partir de então, marcou presença em inúmeros shows, espetáculos teatrais  e eventos por todo o Brasil. Embora tenha atuado em boates renomadas, não se privou de atuar também em inferninhos, saunas e outros locais tantos  que tenham requisitado sua presença em shows, fazendo do brilho e das castanholas suas armas de resistência.  

Essas memórias são contadas no palco de forma deliciosa, entremeadas por antigas canções. Sua figura teatral e de extrema expressividade dá um colorido especial às histórias narradas, alternando risos e lágrimas, sem direito a meios tons, num autêntico show nos moldes de Pedro Almodovar.  Sua presença carismática supera algumas atravessadas nas músicas e mesmo a sofrível operação técnica de som, pois é impossível resistir à sua arrebatadora presença cênica.

O espetáculo conta ainda com a simpática participação da artista Núbia, personificando a cantora Edith Piaf no número musical “Je Ne Regrette Rien” e um número especial com a figura de um gracioso ator em cena personificando Charles Chaplin, enquanto Phedra interpreta a canção “Luzes da Ribalta”. 

Phedra D. Córdoba se emociona ao recordar os insultos e agressões sofridos na infância, seu ingresso no teatro, seu grande amor, um italiano que ela conheceu durante sua temporada em shows na cidade de Santos, e a emoção de retornar a Cuba depois de mais de 50 anos ausente. 


Aos 77 anos de idade a artista esbanja vitalidade e transforma detalhes de sua trajetória num agradável espetáculo. Viva Phedra D. Córdoba!


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